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Os nossos pés são a nossa principal arma ao correr. São eles que mantêm o contacto com o piso, são eles que nos impulsionam, que nos ajudam a mudar de direcção e claro, a parar.
Durante um treino, os pés ficam sujeitos a muita pressão. Sujeitos também a calor, frio, água e outras agressões, presos dentro de tênis muitas das vezes pouco confortáveis. Quando tiramos o nosso calçado os sinais são por vezes demasiado óbvios: os pés doem e estão vermelhos, talvez mesmo com bolhas.
É costume os atletas de competição usarem mesmo sapatilhas um pouco acima do seu número para deixar o pé inchar durante a corrida. Logo por aí se vê as agressões que a corrida faz aos seus pés, e como deve ter cuidado com eles.
Eu aconselho que se usem meias leves, que respirem. Agora começa a haver boas meias das mesmas marcas que fazem as camisas de corrida "transpiráveis". Isto impede que o pé "inche" durante a corrida devido ao calor. Mas assim que terminamos o nosso treino há que tirar logo os ténis, o mais rapidamente possível, deixando os pés respirarem.
Há bons sprays naturais de menta que são ideais para refrescar o peito e base dos pés depois de um bom treino, deixando-nos com uma sensação de frescura que ajuda à recuperação das mazelas da corrida. Uma boa loja para encontrar este spray é a Body Shop.
Costumamos falar no CityJog sobre alguns mitos em torno da corrida em geral. Um dos que abordámos já, foi relativo à saúde dos joelhos estar ou não relacionada directamente com a actividade de correr.
Eu penso que não está, e isso foi já fundamentado por diversos estudos.
Para reforçar o que eu tinha dito, encontrei um artigo intitulado sugestivamente: "Debunking jogging myths". Quase parece que copiaram os meus títulos ;-)
Mas fora de brincadeiras, o artigo é muito interessante e diz mesmos que, de entre vários desportos, correr é daqueles que menos danos causa aos joelhos. E observa-se mesmo consequências positivas, ao nível do reforço das cartilagens! Ou seja, óptimas notícias para quem corre.
Há outro curioso pormenor: esquiadores, jogadores de futebol e de outros desportos de contacto ou onde os joelhos fazem curvas repentinas, sofrem mais tarde de grande incidência de osteoartrites. O mesmo não acontece com quem corre!
Mas lembrem-se de fazer sempre o aquecimento e o relaxamento muscular depois da corrida, para prevenir lesões. E é importante ver que tipo de passada põe menos em perigo os joelhos - eu aconselho usar a passada forefoot (cair com a parte posterior do pé) ou midfoot (cair com a parte média/posterior do pé).
Recomendo vivamente a leitura do artigo (basta clicar no nome do artigo em cima).
Segundo um estudo recente, conduzido com 500 participantes, os benefícios advindos de actividades físicas como o jogging, a natação ou mesmo exercícios de ginásio só beneficiam cerca de 80% da população. Há portanto cerca de 20% da população que, geneticamente, não poderá tirar benefícios directos da actividade física regular.
Nessas pessoas, o exercício não conseguirá ajudar a evitar doenças como a diabetes ou doenças cardiovasculares degenerativas.
Penso, no entanto, que todas as pessoas, quer possam ou não tirar vantagens directas da prática regular de exercício físico, podem obviamente aproveitar as vantagens indirectas, por exemplo na redução de stress e no combate ao sedentarismo, que tanto mal faz ao corpo e à mente. Por isso este estudo não retira em nada a nossa vontade de divulgar o jogging como uma actividade saudável, recomendada à maioria da população nacional, que não tenha outros problemas de saúde debilitantes que a impeçam de correr.
Investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, mostraram que, em ratos adultos, correr algumas vezes por semana estimula o cérebro e pode ter um grande impacto na neuroactividade humana. Correr de forma regular parece provocar o aparecimento de centenas de milhares de novas células no cérebro, nas áreas ligadas à memória.
Pessoalmente penso que este facto estará ligado a funções primordiais da biologia humana. Há diversos estudos que provam que o homem primitivo caçava sobretudo usando a corrida, perseguindo animais e cansado-os literalmente até à exaustão. O facto do homem moderno melhorar a sua saúde a correr não deve por isso ser uma grande surpresa!
A este propósito - do homem primitivo enquanto caçador-corredor - não posso deixar de recomendar o excelente livro "Born to Run: A Hidden Tribe, Superathletes, and the Greatest Race the World Has Never Seen"
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