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No post anterior falei-vos da MAT ou activação muscular. Tive oportunidade de ter uma consulta com um especialista em MAT e venho contar-vos os primeiros resultados.
Primeiro que tudo fiquei impressionado pela maneira como a MAT analisa toda a estrutura muscular e articular do corpo. No meu caso eu reportei uma lesão nos gémeos da perna direita e foi-me dito que a mesma poderá ser causada por qualquer alteração significativa numa articulação ou grupo muscular em zonas diferentes da parte inferior do corpo. Ou seja, os músculos e articulações compensam a inactividade (desactivação) de outros músculos e articulações. No meu caso o terapeuta descobriu uma desactivação no pé direito que podia ser a raíz da minha lesão, levando a uma maior pressão no músculo sóleo (logo abaixo dos chamados "gémeos").
A recuperação está a ser lenta, com corridas curtas e em progressão de 5 minutos extras em cada uma delas e ainda não me ressenti da lesão, o que é bom sinal. Também estou a tomar suplementos que ajudam a recuperação muscular - vitaminas e magnésio. Aliás, é recomendado que todos os corredores tomem suplementos, sobretudo em dias de corrida, para ajuda ao esforço muscular.
Boas corridas!
Para quem pratica desporto, a alimentação deve ser uma prioridade. No entanto - e aqui falo por experiência própria - por vezes cometemos erros crasos mas inconscientemente. Falo sobretudo da maneira como certos corredores, para se manterem magros e leves, não se alimentam devidamente, o que leva a graves consequências físicas, sobretudo a dois graus: lesões e dificuldade na recuperação.
As lesões são obviamente o sinal mais imediato de uma pobre alimentação. O corpo precisa de restaurar energia e nutrientes para que se possa completar a recuperação e reforço dos tecidos musculares. Uma alimentação pobre em nutrientes essenciais, como vitaminas, ou então demasiado pobre em proteínas pode resultar em lesões musculares graves.
Por outro lado, uma má alimentação não permite uma recuperação rápida depois de uma corrida. Quando terminamos uma corrida não nos devemos sentir demasiado cansados, demasiado exaustos. Se nos sentimos assim é sinal de que não nos estamos a alimentar devidamente, isto mesmo que nos sintamos bem durante a corrida. É no período de recuperação que podemos perceber se o nosso corpo está realmente em forma para poder recuperar do esforço, não só em termos musculares e cardíacos, mas sobretudo a nível de nutrientes armazenados previamente.
Eu devo confessar que passei por um período em que comia menos do que o indicado para me sentir mais leve a correr. Isto levou a que eu tivesse muitas lesões e sobretudo extremas dificuldades em recuperar, sobretudo em distâncias superiores a 10 quilómetros. Eu nem sequer tomava um bom pequeno almoço, muito menos comia entre as refeições. Agora, com ajuda de especialistas, levaram-me a repensar a minha estratégia e penso que é um bom testemunho para quem leia este blog. A minha rotina ajustou-se com as seguintes refeições:
Tenho tido excelentes resultados com esta mudança de dieta, que é fácil de implementar. Podemos vingar-nos um bocadinho ao fim-de-semana com um doce, ou até ocasionalmente durante a semana, mas sempre ao almoço. É de reforçar que o corpo precisa sobretudo de energia durante o dia porque o metabolismo desacelera à tarde, preparando-se para a noite. Nunca se deve comer depois do jantar precisamente por esta razão.
Espero que estas dicas vos possam ajudar a melhorar a vossa performance, a ter menos lesões e melhores recuperações.
Boas corridas!
Quem lê este blog regularmente sabe que somos defensores da passada Forefoot, que é a passada em que o pé toca o chão apenas com a parte da frente e não com o calcanhar. Bem, agora podemos anunciar mais um estudo que defende este tipo de passada como aquela que origina a menor tendência para causar lesões.
A discussão continua e se há quem defenda o Forefoot strike, outros há que defendem o Rearfoot strike, sendo que nenhuma delas dá uma certeza a 100% no que toca à ausência de lesões. Pessoalmente eu tenho usado o Forefoot há algum tempo e com bons resultados, com um menor nível de lesões. Aliás, a única lesão persistente que tive nos últimos meses devia-se a um desiquilibrio na altura das minhas pernas e foi corrigida recentemente. A minha recomendação vai assim no sentido de experimentarem e verem que tipo de passada resulta melhor convosco. Existem agora no mercado imensas soluções de calçado minimalista que ajudam na transição.
O maior medo de um corredor (ou de qualquer desportista em geral) é contrair uma lesão. Correr com uma lesão não é fácil, mas às vezes torna-se necessário para a debelar. Vamos falar um pouco sobre isto.
Há lesões e lesões. As mais comuns nos corredores são as musculares, em que o tecido muscular (sobretudo das pernas) sofre um rompimento ou estiramento que provoca dores ao caminhar e correr, tornando impraticável praticar desporto. Muitas das vezes, sobretudo nas lesões mais comuns, as dores são causadas por inflamações no tecido muscular, que podem ser combatidas eficazmente com gelo ou anti-inflamatórios. Noutros casos, mais raros, pode haver necessidade de intervenções cirúrgicas e/ou fisioterapia adequada. Agora vamos apenas falar dos casos mais comuns, de lesões musculares com efeitos inflamatórios.
Muitos corredores sofrem distensões musculares, provocadas por esforço. É quase inevitável sofrê-las, por muito que tenhamos cuidado, porque o desporto regular aplica pressão no tecido muscular e este, enquanto tecido vivo, resiste de maneira diferente a esforços diferentes, sobretudo ao longo do tempo. Isto leva a que, regularmente, ceda perante essa pressão, por mais tonificado que se encontre.
O que fazer quando nos lesionamos? Há a primeira fase de curar a lesão. Parar de correr e curar a lesão. Julgo que parar é, desde logo, a melhor opção, por muito que custe. Uma lesão muscular simples cura-se nesta primeira fase numa semana, com gelo e anti-inflamatórios. Mas - e isto é muito comum - a dor continuará durante algum tempo. Isto justifica-se pela cicatrização da área afectada que tem de recuperar a sua forma antiga. Não há que ter medo da dor. A segunda fase da cura é precisamente ajustar-se a correr com essa dor e esse desconforto. É preciso ajustar a corrida - fazer menos distância e/ou usar menor velocidade - mas progressivamente vamos ficar melhores e a dor vai passar.
Entretanto é preciso aceitar a realidade que teremos de correr com uma lesão. Todos os corredores se lesionam e todos têm de aprender a lidar com esta realidade.
Quem for leitor assíduo deste blog poderá lembrar-se de já termos falado do tratamento de lesões através da aplicação do calor e do frio.
E embora eu seja um grande fã dos tratamentos naturais e menos intrusivos possíveis, alguma vezes há que recorrer a alguns medicamentos para tratarmos as nossas dores de corredor (e elas são inevitáveis, por muito cuidado que tenhamos com o corpo). No último post falei de um anti-inflamatório, hoje falo-vos de um gel (milagroso) para dores musculares: o Medalginan.
Descobri-o por acaso e agora não quero outra coisa, porque resulta muito bem e os seus efeitos são extraordinariamente rápidos. Claro que estou a falar apenas no caso de lesões ligeiras ou dores musculares pouco intensas. Lembrem-se sempre que se tiverem uma dor intensa e/ou prolongada devem tentar consultar o vosso médico de família ou o vosso farmacêutico.
Recomendo o Medalginan sobretudo para aquelas dores chatas na parte de baixo dos pés, que aparecem de vez em quando, ou então em caso de entorses ligeiros ou músculos muito doridos. Resulta muito bem.
Não sou - longe disso - apologista de tomarmos muitos medicamentos. Aliás, penso mesmo que no âmbito desportivo, os atletas (e os desportistas amadores em geral) devem aprender a conviver com as lesões e com as dores. Não raras vezes será necessário corrermos com dores, ou corrermos mesmo para ajudar a debelar lesões persistentes.
Mas isso não quer dizer que alguns medicamentos não nos possam ajudar a correr de maneira mais saudável.
Lembrei-me de abordar este assunto, destacando especialmente um deles: o ibuprofeno.
A maior parte dos joggers vai ter lesões mais ou menos sérias e a maior parte delas têm uma sintomatologia inflamatória.
Devo, já agora, salientar que eu não sou um perito, nem tenho formação médica, pelo que esta é apenas a minha opinião pessoal e reflecte a minha experiência pessoal, que não deve servir de exemplo para quaisquer diagnósticos ou tomas de medicamentos sem conselho médico ou farmacêutico.
O ibuprofeno é um medicamento que pode ser adquirido em forma de genérico e que combate a inflamação de maneira eficaz e rápida. Nos casos em que sofri lesões de pequena/média gravidade, sobretudo nos tendões de aquiles, estes comprimidos mágicos serviram para aliviar rapidamente os sintomas e voltar à normalidade. Mas é importante salientar que as doses são muito importantes, sendo essencial uma toma reforçada inicial (2 comprimidos em cada toma, 3 tomas diárias) para que a inflamação seja combatida de forma eficaz. Sendo vendido (ao que sei) sem receita médica, torna-se um bom amigo para qualquer corredor, profissional ou casual.
Está aí o bom tempo e é natural que comecemos a correr de calções e manga curta, pondo a descansar as calças elásticas. O prazer da corrida aumenta quando estamos com roupa mais confortável e não há nada melhor do que correr com o menor peso possível.
Mas, embora os calções curtos sejam o melhor equipamento possível para correr de maneira confortável e rápida, eles trazem-nos um problema que não ocorre à maioria dos corredores: as lesões por fricção.
Naturalmente - com excepção dos corredores muito magros - as pernas roçam uma na outra ao correr, ao nível interior das coxas, provocando, em percursos longos, lesões derivadas da fricção da pele. Estas lesões, embora superficiais e parecidas com queimaduras, podem ser muito incomodativas e levam algum tempo a sarar.
Usando calças não se nota esta problema, visto que o tecido das mesmas protege a pele deste contacto agressivo. Mas há uma solução simples para este problema: vaselina. É um produto muito barato (pouco mais de 1 ou 2 euros por embalagem) que se compra em farmácias ou supermercados e que é ideal para espalhar no interior das coxas antes de ir correr. Um bom conselho para este início de bom tempo e para que se evitem estas lesões de fricção.
Boas corridas!
O título deste post pode ser considerado um pouco enganador. Na verdade eu não posso oferecer nenhuma solução mágica para deixarmos todos de ter lesões relacionadas com o esforço físico. No entanto, há uma solução natural para corrermos melhor - e quando digo melhor, estou a referir-me a corrermos de modo mais natural, fisiologicamente mais adequado.
Mas antes de entrar no assunto propriamente dito, há que falar da maneira como um jogger habitualmente corre. Um jogger "normal" tem a tendência a fazer o seguinte:
Durante muitos anos não houve grande discussão sobre este modo de correr. Parecia natural que quanto mais almofadado fosse o ténis de corrida, menos impacto se sofreria da passada, ao ponto de um dia caminharmos nas nuvens, sem sentir a estrada...
Claro que isso nunca aconteceu. O que aconteceu foi os corredores continuarem a lesionar-se, por mais sofisticados que os sapatos de corrida fossem. As lesões mais comuns, nos joelhos, aumentaram mesmo ao longo dos anos, à medida que a tecnologia dos ténis também aumentava.
Recentemente, e combatendo esta tendência, apareceu um grupo denominado de "minimalistas", que defendem a corrida com passada natural e advocam mesmo (os mais radicais) que corramos descalços!
Pode parecer chocante. Mas basta dizer-vos que uma certa senhora chamada Paula Radcliff tornou-se fã deste tipo de corrida, preparando os seus treinos em relva. Porquê relva? Porque a relva é claramente o melhor piso para corremos descalços (ou com ténis minimalistas, como os Nike LunnarLite).
Então e nós, que não somos como a Paula, o que podemos fazer?
Simples. Podemos potenciar os mesmos princípios e evitarmos lesões:
Mas atenção: quem quer mudar de passada tem de ter em atenção que este é um processo perigoso, que deve ser empreendido com todo o cuidado.
O corpo está habituado a uma determinada maneira de correr e mudar repentinamente pode fazer mais mal do que bem. Por isso mesmo, é preciso fazer a mudança de passada progressivamente. Por exemplo nas primeiras sessões, correr apenas um terço da mesma em forefoot e depois ir aumentando a frequência. Falo por experiência própria, porque ao mudar de passada lesionei-me nos gémeos com alguma gravidade.
Mas teremos oportunidade de voltar a este assunto, que para mim é simplesmente fascinante e está na ordem do dia a nível mundial.
Já falámos anteriormente como os músculos respondem ao frio e ao calor.
No seguimento deste princípio, pensei que seria interessante explicar um pouco como podemos "manipular" isso a nosso favor, enquanto joggers, nomeadamente como é possível prevenir lesões usando o calor e tratá-las, aplicando o frio.
Primeiro falemos do calor:
O calor (seja em compressas quentes ou por aplicação por fricção) é óptimo enquanto processo de aquecimento muscular, preparando os músculos para o esforço da corrida. É especialmente precioso quando estamos a tratar uma lesão muscular, mas queremos, ainda assim, continuar com um treino ligeiro, necessário para a debelar.
O que faz o calor? Já vimos que o calor expande, por isso ele ajuda a massa muscular a expandir e a ficar mais preparada para o esforço físico. Antes de correr, recorrendo à aplicação de uma compressa quente (basta aquecer uma toalha pequena em água morna e tirar toda a água da mesma), ajuda muito os músculos, sobretudo se eles estão doridos ou mesmo magoados.
Depois o frio:
De certeza que todos já viram um atleta a colocar gelo logo depois de se lesionar - é muito comum ver-se por exemplo na televisão, quando um jogador de futebol cai e entra a equipa médica, a primeira coisa que eles fazem é aplicar gelo na zona da lesão.
Embora o esforço físico seja natural para o corpo, o homem moderno é muito sedentário e esforços repentinos (ou exagerados, como nos atletas profissionais) podem levar a lesões. Por isso eles previnem, usando gelo, porque o gelo combate directamente a inflamação causada por esse esforço.
Não aconselho usar gelo regularmente, apenas quando sentimos os nossos músculos mais doridos ou lesionados. Facilmente conseguimos atingir o "efeito" do gelo, fazendo os alongamentos correctos posteriormente à corrida.
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