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Num mundo cheio de vontade de apostar, o espírito competitivo é algo difícil de definir e, no entanto, é o que está verdadeiramente no centro da motivação de qualquer corredor. Porque é que corremos? Alguns correm para se superarem, outros correm para se sentirem melhor fisicamente, outros ainda para ultrapassarem obstáculos do seu passado. É neste sentido que eu defendo que cada um de nós, enquanto corredor, é um competitor nato, preparado para desafiar cada dia, cada lesão e cada prova.
Acho particularmente importante realçar que um competitor não precisa de competir contra outros para expressar este espírito competitivo. Basta levarmos um cronómetro, ou então termos uma meta a atingir - uma distância por exemplo. Lembro-me perfeitamente bem dos meus primeiros tempos como corredor, em que cada obstáculo era definido por distâncias curtas que eu conseguia ou não fazer sem parar. Temos de compreender que a competição nos ajuda a sermos melhores e a melhorarmos a nossa corrida - sem desafios não há motivação e muitas das vezes o desafio pode apenas ser continuar a correr sem lesões, estar saudável e em forma razoável. Diminuir os níveis de stress através de exercício contínuo - eis o que eu considero o último e mais básico dos desafios que podem motivar qualquer corredor.
É fácil de ver que aqui as apostas são altas mas a um nível individual. É uma corrida interna, em que nós apostamos em nós mesmos com o máximo de retorno assegurado logo à partida. E se vão competir com outros corredores em provas oficiais lembrem-se: a competição ocorre todas as vezes que saiem para correr, lutando contra os elementos, a fadiga, a preguiça, a falta de tempo ou as lesões. Vocês, por serem corredores, já são, por natureza, grandes competidores.
Alguns pontos a realçar quando vamos a sério para uma competição:
Já falei no blog várias vezes sobre sistemas de tracking de performance de corrida. A Adidas apresentou recentemente uma gama de equipamentos dentro da marca miCoach precisamente com este objectivo - dar muitos dados ao corredor e até ajudá-lo a correr da melhor maneira.
Eu por natureza sou um céptico e um purista da corrida, preferindo correr com o mínimo de equipamento possível. Mas é inegável que estes equipamentos nos podem ajudar a ser melhores corredores. No caso do miCoach há até duas opções de tracking, uma completa com um "treinador" que dá instruções durante a corrida e lê dados cardíacos e outra mais simples (a speedcell) que lê apenas dados de performance como distância percorrida e tempo.
Mas qual é a real importância de um "personal trainer" para a corrida? Devo dizer que já tive o privilégio de ter um personal trainer real, embora durante um curto período de tempo e é fantástico poder ter um apoio dinâmico para a nossa corrida. Uma das coisas mais difíceis numa corrida é a gestão de esforços e o controlo do ritmo da corrida. Nós somos falíveis e o nosso discernimento diminiu à medida que ficamos mais cansados, sendo cada vez mais difícil decidir o ritmo ideal. Aqui o miCoach pode ajudar, sendo pouco intrusivo - dá apenas instruções limitadas em intervalos regulares, de acordo com um plano pré-estabelecido.
Tenho ainda que testar o sistema com maior rigor para dar uma opinião 100% definitiva, mas numa primeira impressão o sistema funciona bastante bem. Não tenho especial interesse em colectar dados e compará-los com outros corredores - embora possam existir muitas pessoas que o possam querer fazer - mas interessa-me a vertente do "personal trainer". Quanto a mim é a grande vantagem de um sistema como este.
Sendo esta apenas uma primeira abordagem, deixo o resto da análise para daqui a umas semanas. Fiquem atentos e entretanto saibam mais sobre o miCoach no site oficial da Adidas.
Boas corridas!
Para quem pratica desporto, a alimentação deve ser uma prioridade. No entanto - e aqui falo por experiência própria - por vezes cometemos erros crasos mas inconscientemente. Falo sobretudo da maneira como certos corredores, para se manterem magros e leves, não se alimentam devidamente, o que leva a graves consequências físicas, sobretudo a dois graus: lesões e dificuldade na recuperação.
As lesões são obviamente o sinal mais imediato de uma pobre alimentação. O corpo precisa de restaurar energia e nutrientes para que se possa completar a recuperação e reforço dos tecidos musculares. Uma alimentação pobre em nutrientes essenciais, como vitaminas, ou então demasiado pobre em proteínas pode resultar em lesões musculares graves.
Por outro lado, uma má alimentação não permite uma recuperação rápida depois de uma corrida. Quando terminamos uma corrida não nos devemos sentir demasiado cansados, demasiado exaustos. Se nos sentimos assim é sinal de que não nos estamos a alimentar devidamente, isto mesmo que nos sintamos bem durante a corrida. É no período de recuperação que podemos perceber se o nosso corpo está realmente em forma para poder recuperar do esforço, não só em termos musculares e cardíacos, mas sobretudo a nível de nutrientes armazenados previamente.
Eu devo confessar que passei por um período em que comia menos do que o indicado para me sentir mais leve a correr. Isto levou a que eu tivesse muitas lesões e sobretudo extremas dificuldades em recuperar, sobretudo em distâncias superiores a 10 quilómetros. Eu nem sequer tomava um bom pequeno almoço, muito menos comia entre as refeições. Agora, com ajuda de especialistas, levaram-me a repensar a minha estratégia e penso que é um bom testemunho para quem leia este blog. A minha rotina ajustou-se com as seguintes refeições:
Tenho tido excelentes resultados com esta mudança de dieta, que é fácil de implementar. Podemos vingar-nos um bocadinho ao fim-de-semana com um doce, ou até ocasionalmente durante a semana, mas sempre ao almoço. É de reforçar que o corpo precisa sobretudo de energia durante o dia porque o metabolismo desacelera à tarde, preparando-se para a noite. Nunca se deve comer depois do jantar precisamente por esta razão.
Espero que estas dicas vos possam ajudar a melhorar a vossa performance, a ter menos lesões e melhores recuperações.
Boas corridas!
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