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Quem for leitor assíduo deste blog poderá lembrar-se de já termos falado do tratamento de lesões através da aplicação do calor e do frio.
E embora eu seja um grande fã dos tratamentos naturais e menos intrusivos possíveis, alguma vezes há que recorrer a alguns medicamentos para tratarmos as nossas dores de corredor (e elas são inevitáveis, por muito cuidado que tenhamos com o corpo). No último post falei de um anti-inflamatório, hoje falo-vos de um gel (milagroso) para dores musculares: o Medalginan.
Descobri-o por acaso e agora não quero outra coisa, porque resulta muito bem e os seus efeitos são extraordinariamente rápidos. Claro que estou a falar apenas no caso de lesões ligeiras ou dores musculares pouco intensas. Lembrem-se sempre que se tiverem uma dor intensa e/ou prolongada devem tentar consultar o vosso médico de família ou o vosso farmacêutico.
Recomendo o Medalginan sobretudo para aquelas dores chatas na parte de baixo dos pés, que aparecem de vez em quando, ou então em caso de entorses ligeiros ou músculos muito doridos. Resulta muito bem.
Não sou - longe disso - apologista de tomarmos muitos medicamentos. Aliás, penso mesmo que no âmbito desportivo, os atletas (e os desportistas amadores em geral) devem aprender a conviver com as lesões e com as dores. Não raras vezes será necessário corrermos com dores, ou corrermos mesmo para ajudar a debelar lesões persistentes.
Mas isso não quer dizer que alguns medicamentos não nos possam ajudar a correr de maneira mais saudável.
Lembrei-me de abordar este assunto, destacando especialmente um deles: o ibuprofeno.
A maior parte dos joggers vai ter lesões mais ou menos sérias e a maior parte delas têm uma sintomatologia inflamatória.
Devo, já agora, salientar que eu não sou um perito, nem tenho formação médica, pelo que esta é apenas a minha opinião pessoal e reflecte a minha experiência pessoal, que não deve servir de exemplo para quaisquer diagnósticos ou tomas de medicamentos sem conselho médico ou farmacêutico.
O ibuprofeno é um medicamento que pode ser adquirido em forma de genérico e que combate a inflamação de maneira eficaz e rápida. Nos casos em que sofri lesões de pequena/média gravidade, sobretudo nos tendões de aquiles, estes comprimidos mágicos serviram para aliviar rapidamente os sintomas e voltar à normalidade. Mas é importante salientar que as doses são muito importantes, sendo essencial uma toma reforçada inicial (2 comprimidos em cada toma, 3 tomas diárias) para que a inflamação seja combatida de forma eficaz. Sendo vendido (ao que sei) sem receita médica, torna-se um bom amigo para qualquer corredor, profissional ou casual.
Já falámos no blog como correr é uma óptima actividade física para quem quer perder peso. Mas a verdade é que correr não serve só para essa perda inicial, mas pode servir essencialmente para mantermos uma actividade permanente de manutenção física. Neste sentido, a corrida regular pode (e serve) para mantermos o nosso peso.
Muito gradualmente, penso que a corrida é um método excelente para atingir o nosso peso ideal. Mas tenham em atenção que nada é conseguido sem esforço e terá de haver uma alimentação mais racional (sobretudo com poucos açucares) que acompanhe o esforço físico. Não vale de muito correr se continuamos a consumir mais calorias do que conseguimos gastar.
Penso que é importante reforçar que correr de modo regular nos ajuda e isso motiva quem gosta de correr, porque desta maneira a corrida não é vista como uma actividade forçada, mas sim como um processo que nos recompensa e que vai regulando a química do nosso corpo e optimizando o nosso metabolismo natural. Por isso é tão importante continuar a correr como começar a correr. O início é essencial, mas é igualmente importante continuar os treinos e inserir a corrida no nosso quotidiano, de modo a que não possamos passar sem ela (nós e o nosso corpo).
Está aí o bom tempo e é natural que comecemos a correr de calções e manga curta, pondo a descansar as calças elásticas. O prazer da corrida aumenta quando estamos com roupa mais confortável e não há nada melhor do que correr com o menor peso possível.
Mas, embora os calções curtos sejam o melhor equipamento possível para correr de maneira confortável e rápida, eles trazem-nos um problema que não ocorre à maioria dos corredores: as lesões por fricção.
Naturalmente - com excepção dos corredores muito magros - as pernas roçam uma na outra ao correr, ao nível interior das coxas, provocando, em percursos longos, lesões derivadas da fricção da pele. Estas lesões, embora superficiais e parecidas com queimaduras, podem ser muito incomodativas e levam algum tempo a sarar.
Usando calças não se nota esta problema, visto que o tecido das mesmas protege a pele deste contacto agressivo. Mas há uma solução simples para este problema: vaselina. É um produto muito barato (pouco mais de 1 ou 2 euros por embalagem) que se compra em farmácias ou supermercados e que é ideal para espalhar no interior das coxas antes de ir correr. Um bom conselho para este início de bom tempo e para que se evitem estas lesões de fricção.
Boas corridas!
Antes de eu começar a correr regularmente, já era fã do atletismo. Sempre gostei de ver os Jogos Olímpicos e sobretudo as provas de resistência e velocidade em corrida. E havia uma coisa que eu - mesmo miúdo - sempre achava muito estranho: como é que os corredores, mesmo depois de 2 ou 3 horas a correr, conseguiam fazer aquele sprint final? Era uma coisa que me espantava realmente e que eu não conseguia perceber.
As hipóteses eram: 1. eles corriam devagar de propósito e depois aceleravam no fim (ou seja, era uma questão de estratégia); 2. eles usavam alguma droga que melhorava a performance deles a um nível super-humano.
Bem... depois de alguns anos de experiência pessoal a correr, eu finalmente compreendo o mistério. Vou chamar-lhe "a reserva". "A reserva" é uma espécie de boost que todos os corredores têm quando correm e que tem muito a ver com a tal gestão de ritmos de que já falamos.
Basicamente um corredor pode fazer a sua corrida a um ritmo normal e no fim pode acelerar, porque, se fez bem a gestão de ritmos, têm sempre aquela "reserva" de energia no seu sistema que lhe permite um sprint para bater os adversários que fizeram pior a sua gestão de ritmos. Afinal não tem nada a ver com drogas e tem um pouco a ver com estratégia, mas não quer necessariamente dizer que tenhamos de correr muito devagar para depois aceder à nossa "reserva". Trata-se de uma energia que está sempre lá e que nos permite até surpreendermo-nos a nós mesmos, no final do nosso treino. Tentem e vão ver que é uma óptima sensação, a de usar a "reserva" mesmo no final, seja para melhorar os nossos tempos ou só para tirarmos da cabeça aquelas provas incríveis que vimos na televisão quando éramos miúdos.
Ps: e sim, o mito desta vez confirma-se como sendo verdadeiro. A "reserva" realmente existe e deve ser potenciada.
Há um slogan de uma companhia de artigos de desporto, de há uns anos, que me ficou na memória porque penso que ilustra bem o espírito de um corredor. Era mais ou menos assim: "custa-te mais quando vais correr ou quando não vais correr?".
Há muito de psicologia na corrida e sobretudo no sucesso de uma corrida ou de um treino. Claro que sem forma física não conseguimos ter resistência, nem força muscular suficiente, mas os outros 50% são os obtidos através da nossa preparação mental. Mas comecemos pelo princípio. Quem corre sabe bem que há um primeiro obstáculo mental que todos temos de ultrapassar: a vontade de não ir treinar. ;)
Podem bem dizer que adoram correr, que mal podem esperar por acordar cedo para vestir o equipamento e sair porta fora, mas a verdade é que todos os corredores têm sempre aquele sentimento de "hoje não vou, vou amanhã", por muito que gostem de correr. Há uns dias melhores do que outros, mas na realidade nós temos sempre aquela contra-vontade em relação ao exercício físico, simplesmente porque podemos optar por não ir. E isto é uma barreira psicológica importante. E o que nos faz ir - na maior parte dos casos - vem daquele slogan que eu invoquei há pouco. Não irmos traz tanto ou mais sofrimento do que ir correr.
O facto é que correr é difícil. Cansa-nos, faz-nos levar o corpo ao limite. Por muito que isso tenha benefícios.
Mas para quem ultrapassa esse primeiro obstáculo, há que pensar nos seguintes. Durante a corrida podemos optar por não ir demasiado depressa. Podemos optar por distância reduzidas, para voltar para casa mais rapidamente, etc... Todos estes obstáculos são mentais, como é mental a maneira como potenciamos a nossa distância. Um corredor forte mentalmente consegue abstrair-se melhor da dor, do esforço e dos problemas do dia-a-dia que podem influir na sua corrida. Outros corredores podem não ser tão fortes e não conseguem simplesmente correr se têm problemas, ou se o dia correu muito mal.
Tudo isto para chamar a atenção para o facto de que muito do nosso sucesso a correr depende da nossa mente, tanto quanto depende das nossas pernas. É importante pelo menos reconhecer isso e saber conscientemente que uma boa forma física tem de andar lado-a-lado com uma boa forma mental. Exercitar e relaxar a mente é tão importante como fazer os alongamentos correctos antes e depois de correr :)
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